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Gravidez ectópica é uma complicação da gravidez em que o embrião se forma fora do útero. Os sinais e sintomas clássicos incluem dor abdominal e hemorragia vaginal, embora apenas menos de metade das mulheres é que apresentem ambos os sintomas. Esta dor pode ser descrita como cortante e localizada, ou dor persistente e difusa, ou ainda semelhante a cãibras. A dor pode ainda espalhar-se para o ombro no caso de ocorrer hemorragia para o abdómen. As hemorragias graves podem causar ritmo cardíaco acelerado, desmaio ou choque circulatório. Exceto em situações muito raras, o feto de uma gravidez ectópica é incapaz de sobreviver.
Entre os fatores de risco para uma gravidez ectópica estão a doença inflamatória pélvica, em muitos casos originada por clamídia, fumar, antecedentes de cirurgia às trompas de Falópio, antecedentes de infertilidade e uso de reprodução medicamente assistida. As mulheres que anteriormente tiveram uma gravidez ectópica apresentam um risco muito maior de vir a ter outra. 90% das gravidezes ectópicas desenvolvem-se nas trompas de Falópio e são denominadas gravidezes tubárias. A nidação pode também ocorrer no colo do útero, ovários ou no abdómen. Uma gravidez ectópica é geralmente diagnostica com recurso a ecografia e análises ao sangue para deteção de gonadotrofina coriónica humana. Para confirmar o diagnóstico pode ser necessária a repetição dos exames em diversos momentos. A ecografia vaginal apresenta maior precisão. Entre outras condições que apresentam sintomas semelhantes estão o aborto espontâneo, a torção do ovário e a apendicite.
A prevenção consiste em diminuir os fatores de risco, como tratar as infeções por clamídia. Embora algumas gravidezes ectópicas se resolvam sem tratamento, à data de 2014 esta abordagem ainda não estava bem estudada. O tratamento pode consistir em medicamentos ou cirurgia. Pode ser administrado metotrexato, que é mais eficaz quando os níveis de gonadotrofina coriónica humana são baixos e o embrião é ainda pequeno. A cirurgia é recomendada quando existe rutura da trompa, quando existe batimento cardíaco fetal ou quando os sinais vitais da mãe são instáveis. A cirurgia pode ser laparoscópica, com uma incisão mínima, ou laparotómica, através de uma incisão maior. Com tratamento, o prognóstico é geralmente bom.
Em países desenvolvidos, a taxa de gravidezes ectópicas é de 1–2%, embora possa chegar aos 4% entre pessoas em programas de reprodução medicamente assistida. É a causa mais comum de morte durante o primeiro trimestre de gravidez, sendo responsável por 10% do total de mortes. Embora nos países desenvolvidos o prognóstico tenha vindo a melhorar, nos países em desenvolvimento ainda são insatisfatórios. O risco de morte entre países desenvolvidos é de 0,1–0,3%, enquanto nos países em desenvolvimento é de 1–3%. A primeira descrição conhecida de uma gravidez ectópica foi feita pelo médico andaluz Abulcasis no século XI. O termo "ectópico" significa "fora do local".